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Revista Veja
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Pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP) realizaram uma descoberta promissora no campo da retinopatia diabética, uma das principais causas de cegueira no Brasil. A doença, que se desenvolve lentamente e frequentemente sem sintomas visíveis, agora pode ser detectada antes mesmo da ocorrência das primeiras lesões na retina, oferecendo uma oportunidade vital de intervenção precoce.
Liderados pela neurocientista Mirella Gualtieri, os pesquisadores descobriram que o diabetes interfere na comunicação elétrica entre os neurônios da retina antes de danificar os vasos sanguíneos. Essa interferência pode ser identificada por meio de exames específicos, proporcionando uma janela crucial para a intervenção antes que as lesões se desenvolvam.
A descoberta destaca a importância de monitorar de perto os pacientes diabéticos, pois a retinopatia diabética muitas vezes não é diagnosticada até que a visão esteja comprometida. Aproximadamente três em cada quatro pacientes com diabetes não recebem tratamento adequado, expondo-os a complicações graves relacionadas à alta glicemia no sangue.
Os resultados da pesquisa indicam que exames como a eletrorretinografia multifocal, que mede a atividade elétrica dos neurônios na retina, podem revelar alterações precoces mesmo em pacientes que não apresentam sintomas detectáveis por métodos tradicionais.
O monitoramento rigoroso do diabetes, iniciado o mais cedo possível, pode reduzir significativamente os riscos de danos na retina. A pesquisa brasileira representa um passo significativo para integrar esses métodos de detecção precoce nos protocolos de prevenção da retinopatia diabética, oferecendo esperança para milhões de pessoas afetadas por essa condição ocular debilitante.
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